Black Sheep

Sempre gostei do diferente, do além do óbvio, de questionar verdades ditas “absolutas”. No liceu era má comportada, respondona e colecionei algumas faltas disciplinares por andar sempre com o gangue dos rufias. Adorava! Na faculdade era a chata que tinha sempre dúvidas. As típicas dúvidas de quem não percebe algo e as dúvidas de quem questionava o “sim, porque sim” e o “não, porque não”. Devo ter criado um ódios de estimação mas também fiz grandes amigas. Mas era chatinha, se era!!!! Sempre quis saber a razão das coisas. Às vezes sinto que não saí da idade dos porquês. Para uns é uma forma defensiva de estar, para mim uma forma de tentar perceber melhor tudo. Não sou bailarina/ dançarina mas a dança corre-me no sangue. Impossível ouvir música sem começar a mexer os pezinhos e os ombros. Fiz bellydancing durante muitos anos. Fazia espetáculos e animações quando era mais miúda. Parei por incompatibilidade de horários e porque só queria ter aulas com a aquela professora. Voltei aos ginásios. Voltei porque eu era daquelas que vivia no ginásio. Experimentava tudo e naquela altura havia bons professores! Depois veio o Pole Dance. Uma atividade recente na minha vida se tivermos em conta a dificuldade da coisa. O Pole Dance sempre foi algo proibido, sujo, ligado ao Strip Tease. É normal. O único sítio onde se pode assistir, tirando os campeonatos e os poucos espetáculos que vão acontecendo, é mesmo num bar de Strip. Faço Pole Dance, não sou stripper mas confesso que gosto de um bom bar de Strip com Pole Dancers à séria. São uma minoria, mas existem e aquilo que fazem até à parte em se despem (que é onde perde a piada – para mim claro) é arte. Cada aula é um desafio novo, mais umas nódoas negras para a coleção e lesões musculares. Mas é também mais um degrau. Nas aulas da Joana SIlva trabalha-se muito pouco a sensualidade mas em compensação ganhamos muita massa muscular e trabalhamos o corpo inteiro. Há outras escolas onde as alunas são umas bombas sensuais mas falta-lhes a técnica. É uma opção como outra qualquer. O Pole Dance traz-me outras coisas para além do desporto em si e as suas vantagens físicas e claro, o trabalho da sensualidade. O Pole Dance obriga-me a ser pontual, assídua, ter espírito de sacrifício, não desistir, responsabilidade e compromisso. Todos estes valores são muito importantes na minha vida e sobretudo no dia a dia. O desporto tem um lado didático e terapêutico. Este não é exceção. O Pole Dance começa a ser “moda” em Portugal, mas ainda pertence a uma minoria. Como as black sheeps…

 

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