O post que escrevi no blog e IG sobre a minha decisão em ser mãe solteira teve repercussões que não estavam no meu radar. A SaberViver.pt quis publicar o meu testemunho, assim como a própria clínica e uma outra revista.Mas por casualidade entrei na página do FB da Saber Viver, encaminhada por um comentário que alguém fez, e descobri também que nem todas as pessoas pensam de igual maneira. Um senhora e mais algumas que lhe seguiram, acreditam que não tenho o direito de colocar a minha escolha de ter um filho sem pai à frente dos interesses da criança, de forma deliberada e intencional. Defende as crianças que nascem sem um pai, resultante de uma consequência e não de uma escolha. E ficou espantada com tantos parabéns a um ato tão egoísta. Acha que não podemos ter tudo o que queremos, só porque queremos, principalmente quando envolve uma vida.Outros comentários se lhe seguiram, a questionar o porquê de pôr mais uma criança no mundo (sem pai) quando existem tantas em regime de adoção. Outras questionavam o que eu iria dizer um dia ao Luca, quando perguntasse pelo pai.Nenhum destes temas, adoção ou como explicar-lhe um dia o porquê da minha decisão, não estiveram em cima da mesa. Aliás, começo por dizer que sempre quis adotar uma criança. Mas talvez não saibam como esse processo é difícil, complicado e moroso. Eu fui a algumas formações da Santa Casa da Misericordia mas o panorama mostrava-se mesmo difícil e sobretudo para uma pessoa só. Com o tempo a passar e com a experiência de várias situações, cheguei onde estou agora.
Não foi obviamente uma escolha deliberada e sem fundamento e respeito todas as opiniões mas também sei, que ter um pai não é mandatório para a felicidade de um filho. Podemos ter a sorte de dar um pai presente, equilibrado e amigo mas também nos pode calhar na rifa uma pessoa ausente, desinteressado e às vezes problemático. Quantos casais decidem ter filhos só porque está na hora, em ambiente desequilibrados e pouco saudáveis? Quantos casais decidem construir uma família, mas depois só existem problemas ou então acham que os filhos vão resolver problemas estruturais do casal? E os pais que maltratam os filhos? São imensos os casos de sucesso, mas quase se igualam os casos de insucesso. E ter por ter para seguir um padrão socialmente aceitável, simplesmente não enquadra nos meus valores.Vou ter de lidar um dia mais tarde com questão: Porque é que eu não tenho um pai? Mas lá estarei para contar as minhas razões e se for necessário procurarei ajuda de um terapeuta para me ajudar a lidar com essa situação.Não me espanta esta reação negativa, nem sequer me incomoda. Confesso que até achei interessante porque até agora eram só comentários positivos. E de facto, nem todos pensamos da mesma maneira…e está tudo bem!Obrigada saberviver.pt once more!
Querida Inês, és incrível e se tinha dúvidas acerca da tua decisão…a resposta está aqui, força mulher!! é difícil, não te digo que não, uff se é…mas tu tens razão…tens toda a razão…um beijinho e abraço muito forte.
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Sou mãe solteira por opção de 3 putinhos 🙂 Nunca ninguém me dirigiu uma voz negativa 🙂 Mas tb se o fizerem, peço-lhes que olhem para dentro da casa delas, não da minha (embora tb já a tenha aberto em algumas entrevistas :p)! Tenho 3 miúdos fantásticos, felizes, inteligentes, curiosos… e, felizmente, saudáveis! Que mais posso querer? 🙂
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