O Baby Shower do Luca…

Nunca achei muita piada aos Baby Showers. Sempre achei piroso as decorações das mesas, os baloẽs cor de rosa para as meninas ou azuis para os rapazes, os cupcakes candy color, enfim, tudo aquilo que normalmente se vê nos baby showers. Eu não queria fazer de todo algo semelhante e a ideia de juntar amigos para receber imensos presentes para o bebé acho muito feio, para ser franca. Faz parte, eu sei, mas eu pessoalmente não me identifico muito com isso. A pedido de várias famílias (amigas, claro) lá ponderei a ideia de fazer um baby shower para o Luca. A questão era, fazer o quê?

Antes de entrar de baixa, decidi que ia fazer uma colcha em patchwork para a cama de grades (odeio este termo, sempre ouvi dizer berço! hahah). Como não conhecia a técnica, fui aprendê-la com a Maria Modista. Em conversa com a Filipa da Maria Modista, falamos sobre o fazer ou não o baby shower. Nessa altura ainda estava muito reticente com a ideia, e foi aí que a Filipa disponibilizou o espaço para fazer o baby shower do Luca e sugeriu juntar algumas amigas e pô-las a coser os quadrados da colcha. ”Nem pensar!!!!” – disse eu. Se as ponho a coser, a colcha vai ficar uma manta de trapos horrível! Guardei a ideia mas sempre com a pergunta: ” O que é que vou fazer para a Maria Modista?” Para mim, não fazia qualquer sentido usar o espaço para fazer um lanche.

O tempo foi passando e eu comecei a voltar à ideia de não fazer nada. Até que umas semanas depois, fui fazer um workshop de esculturas em barro com a artista plástica Anabela Soares do projeto Manicómio (vale a pena informarem-se), e entre as pessoas que lá estavam, surgiu o tema da costura. Uma das pessoas que lá estava comentou que no dia 25 de Maio, ia haver um encontro de costureiras perto de Aveiro, onde iriam fazer vestidos para o projeto Dress a Girl Around the World, para ajudarem as meninas de Africa. Plim!!!!!!! Ora aqui estava uma ideia gira! Juntar os meus amigos numa tarde (sim, eu acho que os baby showers não devem ser só para mulheres, senão rapidamente a conversa não sai dos partos, amamentação, gravidezes, etc… Ninguém aguenta!) para fazermos vestidos para esta associação.

Partilhei a ideia com a Maria Modista e a partir daí foi marcar uma data, fazer grupos nos whatsapp, convidar aquelas pessoas de quem gostamos e preparar esse dia (moldes, horários, programa, etc…) Normalmente, os baby showers fazem-se até aos 7 meses. Como nada na minha vida segue o caminho tradicional, quando o fiz já estava de 9 meses e 1 semana.

Éramos muitas (sim, os gajos perceberam que íamos costurar e fugiram a sete pés – mentes retrógradas mas enfim), e por isso tivemos de criar dois turnos. O turno da manhã foi o mais concorrido embora o turno da tarde com muito menos pessoas tenha sido igualmente produtivo.

Deste dia diferente, onde pudemos estar todas juntas a aprender algo e a ajudar quem precisa, saíram 26 vestidos. Só conseguimos terminar 3, mas logo, logo terminaremos os que restam para fazer chegar a este projeto tão nobre que é a Dress a Girl Around the World.

Consegui fazer algo diferente, criar o bichinho da costura a algumas pessoas quem nem um botão sabiam coser, envolve-las num projeto solidário e estarmos todas juntas num ambiente muito bom, animado com uma ótima energia!

Obrigada a todas que fizeram parte deste momento! Obrigada pelos mimos e presentes se bem que, o melhor presente que poderia ter recebido, foi a vossa participação!

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