
“Génesis” significa o princípio de tudo. Esta exposição de Sebastião Salgado é uma viagem aos cantos do planeta que continuam puros, onde a modernidade e a mão do homem ainda não chegou. É uma viagem à procura do planeta como ele existiu, de paisagens terrestres e aquáticas até hoje intocadas, aos animais e pessoas que conseguiram fugir às transformações impostas pelo mundo que conhecemos. Esta exposição é uma prova de que o planeta ainda em lugares imaculados.
Foram 9 anos de viagem pelos círculos polares, florestas tropicais, savanas, desertos, montanhas geladas, ilhas desertas, temperaturas absolutamente insuportáveis onde só os mais resistentes se preservam. A sobrevivência de algumas tribos só é possível graças ao seu isolamento.
Esta exposição não é mais do que uma partilha desta beleza oculta, defendida, protegida onde muito poucos têm o privilégio de conhecer. Olhando para este mosaico da natureza não nos resta outra coisa senão sentirmos o dever de proteger este planeta tão frágil onde coabitamos.
“Génesis” transmite uma mensagem através destas imagens, aliás como todas as fotografias. Não podemos continuar a poluir o nosso solo, a nossa água e o ar. Precisamos agir ASAP ara preservar terras e águas ainda virgens, santuários de animais e povos ancestrais.
A exposição culmina no projeto “Instituto Terra”. Este projeto é uma “modesta contribuição” (palavras de Sebastião e Lelia Salgado) que visa reflorestar um terreno na região sudeste do Brasil. Nos últimos 15 anos, o Instituto Terra plantou cerca de 2 milhões de árvores (mais de 300 espécies) e que já dão frutos. O resultado são encostas esgotadas e áridas que ganharam vegetação, o renascimento do microclima tropical que atraiu um novo ecossistema que não existia há décadas.
A reflorestação é uma das maneiras de podermos recuperar o tempo perdido e o prejuízo causado. As árvores ainda desempenham o papel fundamental na neutralização das emissões de dióxido de carbono, responsáveis pelas alterações climatéricas, como o aquecimento global. As leis e os governos não fazem o papel que apenas as árvores conseguem fazer. Absorver o dióxido de carbono e produzir oxigénio.
Na verdade, cada árvore plantada é uma pequena bolha de oxigénio para as preocupações quanto ao futuro do planeta.
Está na hora de devolvermos o que tirámos…